O protestantismo contribuiu para o fortalecimento do sistema capitalista?
É inegável a contribuição que o advento do protestantismo
serviu aos propósitos da burguesia capitalista, embora haja análises diferentes
dessa opinião. Pelo menos em dois aspectos fulcrais ele atua como importante força
revolucionária que se alinha ao projeto burguês de poder. Um diz respeito à
quebra de hegemonia da Igreja Católica, que detinha grande poder, e não estava
interessada em dividi-lo com mais uma classe social, a nascente burguesia e
seus anseios de liberalismo. Outro, de mudanças filosófica e doutrinária,
reforçando a ideologia do capital, muda o conceito de que riqueza, antes de ser
um pecado, passa a ser sinal distintivo da graça de Deus (calvinismo?). A
quebra da hegemonia da Igreja, pela Reforma, libera imensas populações de seu
jugo, que agora com a licitude de se obter riquezas, fomentará um mercado de
transações que irá expandir as relações capitalistas em escala exponencial.
Somam-se a isso algumas medidas que a Revolução Francesa implantou e deixou
como modelo, entre elas o sequestro das terras da Igreja e a destituição de seu
poderio.
Essas transformações também se alinham com os ideais do
Renascimento e Iluminismo. Pontos de contato podem ser observados no homem
protestante (não se referindo apenas a uma única escola, calvinista, luterana
ou outra qualquer desalinhada da dominação católica) e aqueles ideais modernos.
Por exemplo, a salvação já não era mais aceitável por venda de indulgências,
mas por empenho de cada indivíduo no uso de sua autonomia, responsabilidade e
seu livre-arbítrio, marca da doutrina protestante. Isso tem um forte impacto na
tese do individualismo capitalista. Ainda, essa responsabilidade individual praticada
com a ideia da liberdade, harmonizará o racionalismo do humanismo, que concebe
o homem senhor de seu destino pelo uso apenas da razão.
Se entendermos o capitalismo como um sistema econômico que se
reforça em um ambiente de múltiplos agentes, que diversifica a divisão do
trabalho (importante em seu estágio inicial, mesmo que tenha (in)evoluído para cartéis
e concentração em nossos dias), o protestantismo, já que o humanismo não
conseguiu “libertar” o homem de sua crença em um deus, foi um sistema religioso
que atendeu seus anseios. Dividiu-se em inúmeras doutrinas secundárias, impossibilitando
um poder que viesse sufocar o liberalismo de mercado e a nova ordem econômica.
Talvez o maior argumento em favor da contribuição que o
protestantismo ofereceu ao capitalismo e a burguesia que engendrava sua
implantação universalizada seja, por coincidência ou não, o fato de que ambos
os homens dessas duas realidades históricas proporem uma existência baseada no
indivíduo que laborava seu destino desvinculado do sistema anterior, o Antigo
Regime. Regime que apesar de estar caracterizado assim na França, era estrutura
social do medievo, mantendo grande massa de trabalhadores “escrava” do clero e
aristocracia parasitária. O resto é história, que talvez se assemelhe em alguns
aspectos a qualquer sistema de dominação de classes. Assunto para outro tema.
Calendário judaico ou hebraico (do hebraico הלוח העברי) é o nome do calendário utilizado dentro do judaísmo.
ResponderExcluirNisan - começo em 26 de Abril
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