Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2011

Para Que Conhecimento?

As bases da ciência contemporânea, mormente seus valores e objetivos, podem ser remontadas, em seus pilares fundamentais, nos séculos XVI e XVII, que vieram a ser conhecidos como séculos da Revolução Científica. A razão, enquanto valor, fora o apanágio que animou e serviu de inspiração para os pensadores do Renascimento. Temos aí, então, um ambiente propício para uma mentalidade que ficou conhecida como cientificismo. Se em Nicolau Copérnico, Isaac Newton, Johannes   Kepler, Tycho Brahe entre outros,   são exemplos de pensadores e indagadores da physis ainda voltados para suas descobertas e questões “políticas” (o saber estava ligado a questões teológicas, e seus achados conflitavam com o Establishment ), com Francis Bacon o pensamento científico moderno – sem deixar de mencionar René Descartes – assume sua parte teórica mais abrangente, que viria influenciar   o ocidente nos seus aspectos de ciência e tecnologia até os dias de hoje. Se por um lado suas teses serviram de base teóric

Teoria dos Ídolos de Francis Bacon

Para Bacon, o intelecto humano, ferramenta de perscrutação da natureza, se encontrava, na época do filósofo,   ocupado com noções falsas, que impediam seu uso e poder de forma a desvendar e transformar a natureza para o proveito da humanidade. Essas noções,   ou ídolos deletérios no entendimento, tornavam o intelecto obtusado. Ele enumerou quatro   óbices que chamara de ídolos: Ídolos da Tribo; Ídolos da Caverna; Ídolos do Foro e Ídolos do Teatro. Vejamos: Ídolos da Tribo : encontram-se na própria natureza humana e pertencem a espécie humana. Para Bacon os sentidos e o intelecto humanos são comparados a um espelho que distorce e corrompe aquilo que reflete, o universo. Por isso essas faculdades, por si sós, não são suficientes para interpretar a natureza, de forma a se aproximar de sua real essência (Nossos sentidos e opiniões nos enganam com miragens e devaneios); Ídolos da Caverna: somando-se a limitação da própria natureza humana há mais outra insuficiência – uma distorção no ent

Legados das Civilizações Egipcia, Grega e Romana

Imagem
Três grandes civilizações da antiguidade, em sua história política, nos deixaram marcas e caminhos que se desdobram até os dias de hoje. Pode-se atribuir a antiga civilização egípcia pelo menos três legados à política: a religião como base política de governo;   figura forte e hierarquizada de uma espécie de primeiro-ministro (o tjati), encarregada de administrar o governo; outro, de importância política naquela sociedade, era a consideração igualitária, perante a Lei, de homens e mulheres. Da Grécia podemos exemplificar a Política como pensamento organizado; à sujeição apenas às Leis; a democracia, como exercício político - a assembléia do povo. De Roma, entre outros legados, podemos citar: a criação do Senado Romano, importante poder de controle do rei; a realização de um ideal grego - a República; e, não obstante o subjetivismo, porém de grande força política, o patriotismo - orgulho e amor pela pátria. Essas três civilizações da antiguidade são reconhecidas como precursoras dess

Refletindo, sensibilizamos nossa consciência para valores superiores.

Imagem
SALMO 19. Sua leitura e meditação dá sabedoria àqueles que buscam a essência da existência. Vídeos que impressionam não só pelo micro ou macro, mas pela grande quantidade de poder e sabedoria! Vale cada instante de reflexão que eles nos trazem! MCB

PENSE!

Imagem
Quando o último fruto for comido, talvez a humanidade reflita seus valores e em tudo que fizeram, de caso pensado, com o Planeta e seu próximo. Porém aí... Será tarde! Márcio de Carvalho Bitencourt

Arte e Filosofia

Imagem
           O Grito, 1893. Munch                                                         Construção Mole com feijões Cozidos (Premonição da Guerra Civil), 1936. Dalí   Como toda obra de arte, para se completar, pressupõe a interpretação daquele que a admira, muito embora há sua contemplação por mero deleite estético.  Vislumbro na obra de Munch, O Grito, dois pontos de correlações com o pensamento de Nietzsche em conexão com o existir do homem, quais são: o primeiro, na simbologia do personagem do Grito, que revela horror e perplexidade de uma tomada de consciência no quadro da tragédia da vida, onde inexiste a presença de Deus determinando tudo, e sim lhe é revelado nesse assombro o devir cíclico, o eterno retorno, que em suas mãos encontra-se a condição de sua realização (digressivo, diria que é, semelhante em Nietzsche, “a corda” na angústia do medo da revelação do super-homem que ele, livre, tem a possibilita de vir a ser), e se lhe apresenta a Natureza, eterna, em toda sua

AVISO!

Todas as postagens feitas estão abertas a comentários e críticas. Críticas que possam corrigir equívocos, inconsistências e, por que não, agregar. O único critério é que os comentários tenham base teórica e venham somar informação que possa robustecer a temática em tela. Toda rede que se forma democraticamente gera frutos superiores à semeadura. "Um coxo no caminho certo chega antes que um corredor extraviado" Francis Bacon. Márcio de Carvalho Bitencourt

Formas de Governo Entendidas por Maquiavel, Hobbes e Locke

Maquiavel Maquiavel afirmava que os estados que existem ou já existiram são e foram sempre repúblicas ou monarquias, estas correspondendo ao que ele denomina principado e aquelas, aristocracia e democracia - segundo o número de seus dirigentes. Diz que há duas distinções nos principados, o hereditário, com base em uma lei de sucessão; novos, pode-se conquistar mesmo não sendo príncipe. No principado hereditário há duas espécies: que governa com poder absoluto, onde súditos e ministros são servos; ou que governa com a intermediação da nobreza. Nos principados novos são quatro as espécies, de acordo com a forma da conquista: pela virtù; pela fortuna; pela violência; através do consentimento do povo. Os dois primeiros sendo mais duradouros. Porém na obra sobre Políbio, ele deixa entrever que sua tendência é pela República (inspirado na romana mista), um equilíbrio de três poderes: monarquia (cônsules), aristocracia (senado) e democracia (povo) - por se regularizarem num equilíbrio de forç

Trevas e Luzes

Imagem
                                                 Assim como os renascentistas tratam a Idade Média como Idade das Trevas, em oposição às Luzes, simbologia do esclarecimento e autonomia da razão, Kant também se referiu à esse período como da menoridade intelectual. Em todos os períodos da história humana se constata um lado de ‘trevas’ e outro de ‘luzes’. Em Kant, menoridade intelectual é a condição que o homem comum estava submetido a uma teologia que lhe dava todo o conhecimento como revelado e ‘interpretado’ com exclusividade pelo clero, tutelando o entendimento e refletir do povo. Porém, controvérsia se estabelece quando, numa análise mais acurada da produção do pensamento e debates teóricos (poder-se-ia também citar avanços técnicos) que esse ambiente proporcionou, quando encontramos nomes e ideias de elevado e profundo questionamentos autônomos, que numa linha evolutiva conduz a civilização ocidental até ao Renascimento, contrariando o absolutismo da tese de uma era estéril. Podem

Um Conceito de Filosofia

A Filosofia se destaca das demais atitudes leigas e opiniões, no conceito e foco do olhar para o homem, sua existência e conteúdo, no indagar o universo, sua aparência e realidade, enfim, a physis, colocar-se diante de tudo com o escrutínio da razão crítica e sábia humildade de quem defronta elementos e questões, desde o mais singelo e corriqueiro aos magníficos, todos fascinantes a seus olhos – a perplexidade e curiosidade sempre serão motores de incansável busca pelo saber e respostas! Caracteriza-se, também, pela busca da verdade e fundamento do todo e da parte, e imerge radicalmente na essência, com ferramentas próprias: análise profunda, reflexão; crítica, um questionar até a satisfação dessa mesma crítica; transformação, um reordenamento criativo que modifica e evolui leis e conceitos sempre a expandir os limites das possibilidades. Perscrutando, sem preconceito de qualquer variação da cultura humana, todas as manifestações relacionadas com a história e experiência do homem em su

Modernidade e pós-Modernidade na Realidade Brasileira.

Imagem
Tomando entre algumas características definidoras da modernidade, o primado da Ciência como fator de relevância para uma promessa de um futuro em que a humanidade encontraria sua redenção, e a Razão como um fundamento filosófico que guiaria o homem supostamente numa base firme, e, também, considerando esses dois fatores relevantes da Revolução que se passou a denominar de Modernidade , procurei identificar dois momentos da realidade brasileira que se assemelhem a esses pontos, assim como seus contrapontos que se denomina pós-Modernidade .  O primeiro exemplo de modernidade que tomo é ligado ao mundo da ciência, é aquele localizado num projeto político-econômico conhecido como desenvolvimentismo, promessa de avanço econômico-social em que se investe, tanto em nível de governo com da iniciativa privada, volumes enormes de entusiasmo, recursos e dinheiro na construção e melhoria do parque industrial brasileiro, onde se emprega o conhecimento científico e sua aplicação, a tecnologia, no

Irmão Sol e Irmã Lua: Mito, Filosofia e Outras Buscas do Sagrado

A filosofia, assim como o mito e as experiências de religião do homem, é uma expressão, tentativa de respostas diante de suas situações-limite em busca de sentido e explicação para o insólito. Enquanto o mito e o sagrado se mostram por revelação, a filosofia por especulação da razão em proveito do homem, dos sentidos diversos de sua existência. Tomemos o exemplo de Francisco de Assis. Ao ser tocado pelas contradições de sua época, Francisco desperta para o Mysterium de modo singular e especial para sua época. Naquele ambiente de ostentação do clero e estrato social profundamente desigual ele faz uma opção de viver segundo seu Mestre e modelo, Cristo! Escolhe a simplicidade, porém carregada de significado: o sentido da vida e o encontro com seu Deus se dá em uma imersão total na Natureza, como parte dela (partilhando dessa natureza com o 'irmão Sol' , 'irmã Lua', 'flores', 'pássaros', outro homem...: todos criaturas de um mesmo Deus de amor). Se ele mesmo

Quais são os Principais Atores da Política Internacional

Imagem
As empresas transnacionais, aquelas que operam além das fronteiras de suas matrizes, alcançando grandes mercados internacionais, são o principal motor do fenômeno da globalização. Vinculado ao fator econômico, podemos também ter o aspecto político. O capitalismo se serve do poder das políticas liberais democráticas para estender seus tentáculos de influência em torno do globo. Aliás, não seria exagero dizer que o poder econômico exerce pressão no poder político, até mesmo instrumentalizando este para a obtenção de seus projetos de hegemonia econômica. Isso é natural, pois o estado moderno é fruto da luta burguesa que projetou ideologicamente um estado que tivesse como base o liberalismo. A internacionalização de algumas empresas alcançou uma magnitude de faturamento que supera o produto interno de muitos países. Como exemplo podemos citar a Exxon Mobil , empresa americana do ramo petrolífero, com um faturamento anual de US$ 442,8 bilhões, excedendo o produto interno de muitos países. A

Neoliberalismo , Globalização e Alguns Efeitos Políticos.

O neoliberalismo, esse que se inicia na segunda metade da década de 70, tendo a administração de Margaret Thatcher como símbolo, se desenvolveu num processo de globalização em que as esperanças estavam voltadas para uma economia de mercado que, dizia seus defensores, múltiplos atores comerciais teriam uma maior autonomia em relação ao Estado, e o mercado seria o fator de equilíbrio entre as forças concorrentes. O pós Guerra e o fim da Guerra Fria  propiciaram o surgimento e fortalecimento de nações capitalistas fortemente industrializadas e detentoras de um arsenal comercial e tecnológico que as colocaram em um cenário de multipolaridade. Estava aí dado um palco internacional de negócios orquestrados por uma política de 'mais mercado e menos estado', ensejando uma desregulamentação, que se em um primeiro momento se mostrou um motor de aceleração da economia internacional, por outro se definiu em uma anarquia de acirramento exploratório desregrado de mercados e recursos naturais

VIDA

A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade. Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito? Charles Chaplin

O Sal da Terra

Imagem
Composição: Beto Guedes/Ronaldo Bastos   A      A7+                     D7+ Anda, quero te dizer nenhum segredo G/F                      F#m  F#m/E Falo nesse chão da nossa casa G/D                       D/F# Vem que tá na hora de arrumar A       A7+                      D7+ Tempo, quero viver mais duzentos anos G/F                      F#m    F#m/E Quero não ferir meu semelhante G/D                     D7+ Nem por isso quero me ferir C                      G Vamos precisar de todo mundo C                         G   D/F# Pra banir do mundo a opressão Em                    A/B Para construir a vida nova C/E                       G  D/F# Vamos precisar de muito amor Em                    A/B A felicidade mora ao lado C                      (Bm  A/B) E quem não é tolo pode ver            Bm         A/B        Bm    A/B A paz da terra, amor,   o pé na terra            Bm         A/B          A A paz na terra, amor,   o sal da terra A7+                     D7+ És o mais bonito dos pl