É possível conciliar fé e razão? - Agostinho e Tomás
Agostinho e Tomás de Aquino são duas importantes referências, dentro da cristandade, na busca de harmonizar a fé com fundamentação racional. O primeiro, no contexto da patrística, busca seu embasamento no neoplatonismo, o segundo, já na escolástica, recorre ao aristotelismo. O racionalismo de Platão coube para Agostinho na medida em que privilegiava um mundo metafísico, se valendo da tentativa de realizar as abstrações das ideias precedendo o mundo temporal. A razão, nesse sentido, fechada em uma lógica própria e circunscrita, foi instrumento que serviu aos argumentos que justificasse um universo argumentado na fé. Enfim, se o mundo último e real é o imaterial das ideias de Platão, então o mundo espiritual da fé tem sua aceitação por essa lógica proprietária.
Tomás,
que bebe no aristotelismo, ao fundamentar sua teologia, não opõe a razão à fé,
antes compreende que a razão é um instrumento que tem em si qualidades lógicas
que podem embasar seus argumentos de fé. De Aristóteles, entre outras teses do
filósofo grego, Tomás arrazoa que o fato do conhecimento se dá a partir do
mundo sensível que, no entanto, tem poderosa base inteligível que alcança a
verdade da fé, por ser também aspecto, assim como a fé, multiforme do universo
do Criador.
Muito
mais se poderia discorrer dos sistemas desses dois grandes pensadores, porém
para o escopo da reflexão do argumento que se pretende aqui, arrazoar sobre a
possibilidade de harmonizar fé e razão, basta para se verificar como esse tema
vem historicamente sendo discutido.
Atualizando
essa questão entre razão e fé, temos que, na prática ainda não decidimos definitivamente
por uma ontologia derradeira. Desde o Círculo de Viena com seu neopositivismo
que rejeitou a metafísica à Escola de Frankfurt, que buscou uma via de
equilíbrio pelo discurso dialético da realidade, encontramos variados matizes
na tentativa de estabelecer uma ontologia e cosmologia perene.
Partindo da definição de que
fé está ligada as coisas que não se veem, porém se aceita por revelação sobrenatural
a qual o sujeito se entrega como garantia de verdade, e que razão, entre outras
tantas importantes definições, seja a faculdade que tem o homem de perscrutar
seu mundo e existência apenas com o uso de suas faculdades racionais e lógicas;
e supondo que essas duas formas de conhecimento não encontra com facilidade
pontos de contato que as harmonizem, qual seria, se possível, um entendimento
que pudesse pacificar essas duas dimensões? Seria a solução agostiniana que
toma a fé por primazia ou a tomista que afirma se a razão uma ferramenta
importante para a justificação inteligível da fé? Difícil dilema para se
decidir terminantemente!
Penso que filosoficamente de
maneira provisória, a melhor posição humanamente sensata é do equilíbrio. A
dimensão humana, que transcende a temporalidade e materialidade por suas
características que insiste invencivelmente metafísica em seu âmago, pode sim
vivenciar sua experiência concreta baseada na razão que busca a materialidade e
explicação lógica do universo e ainda guardar em seu sacrário íntimo os valores
da fé, fé que busca ultrapassar a condição de um único universo possível.
Márcio de Carvalho Bitencourt
Calendário judaico ou hebraico (do hebraico הלוח העברי) é o nome do calendário utilizado dentro do judaísmo.
ResponderExcluirNisan - começo em 26 de Abril
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